segunda-feira, 12 de julho de 2010

Encerrando uma fase e avançando um nível

E, finalmente, o meu primeiro semestre acabou. Confesso que estava esperando por esse momento, pois o cansaço me domina. Tenho que recuperar as noites mal dormidas e pensar um pouco em mim e no que fiz durante esses meses.
Não tenho como contar todas as experiências pelas quais passei, pois foram de uma intensidade tamanha para mim que não consigo descrevê-las. Posso dizer que a Universidade é tudo menos uma "extensão do ensino médio", como disse-me uma amiga. É um mundo novo, fascinante, que te atrai cada vez mais a descobrir tudo o que ela tem a oferecer. No começo, lembro-me bem, contava as horas para ir embora, ficava pensando em chegar em casa. Mas, esse período de aversão à Universidade foi embora que eu nem percebi. Hoje, arranjo qualquer desculpa para permanecer um pouco mais (um pouco mais, não, muito tempo mais) lá. Seja pra enfrentar a fila do RU (Restaurante Universitário) e esperar mais de uma hora para almoçar - o que não é mais uma tortura para mim-, ou para ficar meditando na beira do rio. Mas, duas atividades me atraem mais que tudo para permanecer na Universidade. Uma delas é ir a biblioteca. Ah, como me fascina ficar horas e horas consultando aqueles preciosos tesouros, é excitante, não sei como expressar tal contetamento em ver todos aqueles livros! Posso viajar das Ciências Exatas (não que eu faça isso) até as Ciências Humanas em poucos passos. Com as minhas idas constantes à Biblioteca comecei a me interessar por outras áreas do conhecimento. Espero conhecer um pouco mais de cada no decorrer desses quatro anos. E essa minha ânsia por conhecer um pouco de tudo me leva a outra atividade que mais me convence a ficar mais tempo na Universidade: conhecer pessoas. Eu sei que deve ser difícil para quem me conhece ou pensa que me conhece aceitar o que eu acabei de falar como verdade, mas, admito, nem eu mesma acredito. Sempre fui muito tímida, lacônica, sim, sempre falei pouco, a não ser com meus amigos com quem me sentia mais a vontade, e só. Apesar de cursar Comunicação Social, não tenho as características das pessoas que também cursam esse curso. Mas sempre fui apaixonada pela profissão do jornalista, não sei muito bem por que, mas acho que deve ser pela excitação de todo dia ter algo novo, pela obrigação de ser bem informado e ir atrás de novos acontecimentos. Uma constante atualização. Não tem rotina, é excitante!
Então, retomando a fala de antes, aprendi a gostar de conhecer novas pessoas. Bom, por toda a minha vida sempre fui muito fechada, o que não era uma característica só minha, mas do grupo de amigas que eu convivia. Éramos sempre só nós e ponto. Vivíamos cheias de preconceitos, (hoje eu percebo o quanto isso dificultou a minha relação com a Universidade), as pessoas nunca eram boas o suficiente para nós. Nossa, como eu me arrependo de ter sido tão fechada assim... Hoje, ainda bem, me livrei de muitos preconceitos que eu tinha. Dou graças à Deus, sempre, por ter entrado numa Universidade Pública, não pelo fato do capital simbólico que ela possui (apesar do peso que uma UF tem), mas pelo fato da transformação nas minhas concepções. Uma quebra de paradigmas e preconceitos tão forte que eu pude notar isso acontecendo. Isso ajudou muito na minha aceitação por conhecer novas pessoas. Além disso, é um desafio pra mim, que nunca tinha feito esse tipo de coisa. O começo é difícil, o desconforto, a tensão, como sou muito transparente, as pessoas rapidamente notam o meu nervosismo, mas, com o tempo, diminui. É claro que ainda falta MUITO para que eu possa relaxar completamente ao conhecer novas pessoas, ambientes, entre outras coisas, mas estou fazendo o possível para melhorar. Apesar do meu lento progresso, as pessoas que eu conheci nunca me desestimularam. Agradeço por isso e pela paciência que elas têm comigo. Mas, a coisa mais importante que essas novas pessoas me proporcionaram foi aprendizagem. Nossa, a cada conversa uma coisa nova, acho que valeu a pena ficar até tarde conversando sobre coisas que eu nunca imaginei conversar, foi o tempo mais bem empregado que eu tive durante esses meses. A cada conversa, eles me põe a questionar coisas que passavam despercebidas por mim e que carregam um significado tão grande com elas que eu não tinha noção. Às vezes, eu passava o resto do dia pensando nas conversas, me questionando sobre como as pessoas dão pouca importância ao que realmente deve ser pensado. E o momento no qual eu me sentia mais feliz era quando eu conseguia empregar essas conversas com as pessoas no meu círculo social, de quando eu conseguia lembrar dos questionamentos anteriores e passá-los às outras pessoas. Eu me sentia feliz comigo mesma. Agradeço a essas pessoas pela paciência com a minha estupidez e minha imaturidade de algumas vezes, mas quero que elas saibam que apesar da pouca idade, cresço um pouco mais dentro de mim a cada dia e que elas já fizeram muita coisa por mim.
Obrigado a todos que fizeram parte dessa primeira parte de um longo ciclo.

Com muito amor,
Amanda.

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