terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Then, and now

Começa assim, parando aos poucos de viver como se vivia?
Não escrevo nem leio mais, minha vida é uma colagem
De momentos que poderiam ter sido e não foram.
Eu poderia ter lido todos aqueles livros
Ou escrito todos aqueles poemas que
Apareceram na minha cabeça quando eu
Estava andando de ônibus.

Eu poderia, ao invés de limpar a casa de manhã
E lavar a louça à noite,
Poderia ter lido todos aqueles livros
Ou escrito todos aqueles poemas

Mas agora tenho, temos
Uma casa, uma responsabilidade
Maior que as outras.

Eu vivi sempre sozinha
Mesmo quando estava em casa
Na outra casa que é e sempre será
Também minha casa.

Eu vivi sempre sozinha
E tudo era feito respeitando
O meu próprio tempo.
Afinal, cada um tem o seu próprio
T E M P O.

Desvio cada vez mais do assunto
Do rumo que tinha tomado para a minha vida
E, veja bem, não estou triste,
O caso não é este, já que
Sempre estive triste.

Agora existe o outro,
Para quem eu devo me reportar
Não por um sentimento de obrigatoriedade,
Mas porque é necessário, uma questão de empatia.

Não há mais espaço para minha tristeza.

Esse não é um poema triste,
É um poema de amor.
"Amar é lamber as feridas um do outro",
você me disse.

Amar também é causar feridas no outro
E também curar as feridas do outro.

Estou aqui, afinal, para dizer que
Tudo tem sido difícil – sim –
E às vezes mais do que apenas okay
E outras vezes mais do que eu poderia imaginar que seria.

Mas nunca pensei em ir embora
Quando

Você sabe.

Amar é dar um passo adiante mesmo quando tudo é breu.

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